frio

Os lábios ficavam secos, as mãos gélidas e o meu corpo tremia... O vento húmido e frio que entrava na sala, fazia-me arrepiar, tornando a minha pele áspera, sensivel ao toque..., tudo isto fazia doer e eu venerava algo quente que me levasse para um estado completamente oposto.
O sol não tardou em aparecer e toda a neve do jardim, derreteu... Eu não me mexia, não me sentia capaz de tal coisa, não tinha força... Estava cansada de esperar.
Mais uma vez estava ali, sentada no chão, a observar o corredor, à espera de ter ver passar. As horas não paravam, os ponteiros do relógio moviam-se freneticamente e a minha sombra mudava de lugar repetidamente... eu simplesmente esperava, por ti, pelo teu amor que tardava em aparecer. Esperava ver-te aproximar e poder olhar-te nos olhos mais uma vez.
Ficou noite, mais um dia acabara de passar. Tudo havia diminuido, a luz do sol, a minha força, a minha esperança... Mas eu continuei à espera, à espera de tudo aquilo que contrariamente de agora, me fez sorrir e sonhar...

1 comentário:

mãos vazias disse...

" Quando se ama alguém tem-se sempre tempo para essa pessoa.
E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios
e o vento anuncia-nos a chegada antes o alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo,a organizar tudo para que ele seja possível.É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer.É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar,é muito mais fácil viver."

Não que goste muito da escritora, mas este excerto encerra muito daquilo que em senti quando li o teu texto.
Ana, nem sempre a espera deve ser infinita.