música de filme

É pena quase não poder ficar
No sítio onde as mãos se dão

espera-me

Refiro-me sempre ao nada, ao amor que pode haver em mim que é uma amostra do que já não há, já não é. E meu amor, quando digo meu amor, refiro-me ao nada, pois é o que há… nada
Um coração cheio de nada. Umas mãos cheias de nada.
Sabes, ..., porra.
Há alguma coisa que queiras falar comigo, não. Por favor, pede-me um chá, bate à minha porta, pede por minha ajuda. Fala.
Eu dava-te flores, pedia-te flores, tulipas.
Há quem diga que me fumaste, não quero pensar que fui um vício em ti porque não fui.
Espera-me …

isto

E foi quando estava caída sobre a mesa
Como quem morre a escrever
E caí sobre a mesa com o rosto espalmado

Senti aquele doce perfume que me parecia já conhecido
Era doce, mas entrava pelas minhas narinas bruscamente
Como quem entra à força

O facto de ser um perfume já conhecido assustava-me
E foi quando levantei a cabeça
Como quem ressuscita

E vi-te

Podia fugir, gritar ou insultar-te
Merecias meu cabrão
(meu não)

E foi então que me lembrei que um dia
Te pedi para pores esse perfume doce
Para o poder cheirar ao longe e não me assustar com a tua presença
Não te esqueceste
Treta ou não, não te esqueces

Sem nenhuma palavra dita ou ouvida
Meu amor, eu acordei
(quando menos queria, eu acordei)
estanco o sangue que corre
sangue das tuas palvras não ditas
ou ditas e que escusavas dizer
ou pensaste



meu amor, NÃO MAIS!