ainda não

Ainda não, agora limito-me a ler ou a adormecer. Fecho os olhos com muita força e até me doem. Parece que as bolas negras de cada olho giram numa velocidade exorbitante e até dói. Limito-me a fechar os olhos e acabo por me manter acordada. É sempre assim. - Ou então as minhas orelhas movem-se a cada instante com os sons da casa, da rua, lá de fora ou cá de dentro. Ouço e assusto-me. - Ando feita vagabunda pelos corredores escuros. Descalça para não acordar ninguém e a apalpar todos os móveis para não tropeçar. Os meus pés já estão sujos e gastos. Assim como as minhas memórias. - Vejo a gata em cima do forno. Ainda não dorme. Está comigo. Os carros não param e isso enerva-me. As suas luzes até penetram a minha janela, ofuscam-me a vista e ainda desperto mais. aiiiiiiiiiiii
Ainda não, ainda não adormeci. Limito-me a escrever mal por linhas tortas. A ler o que os outros dizem, e bem! Ou a adormecer, até ficar consumida pelos meus sonhos.

4 comentários:

mafalda disse...

o sono está comprometido com a desgraça. é sempre assim raufiinha. pudesse o sono levar-te para melhores sitios.

Daniela Morgado disse...

e quantas vezes não chocam os pensamentos na cabeça e nos atormentam o sono?

oh obrigada ^^ é sempre bom saber que as nossas palavras significam algo para alguém que não apenas nós [:

e também escreves muito bem. gosto sempre de passar por cá*

Cátia Margarida disse...

espero sempre que um cansaço esgotante me assome no corpo e apenas nesse momento me dirijo para a cama. Ontem esse maldito apenas me consumiu às cinco da manhã.

telma disse...

acho que preferia ter as memorias gastas e sujas para nao custarem tanto ao recordá-las. *