"Se eu for o primeiro de nós dois a morrer,
Que o desgosto não ensombre muito tempo o céu.
Sê ousada, mas modesta no teu luto.
Há uma mudança, mas não um abandono.
Pois tal como a morte faz parte da vida,
Os mortos vivem para sempre nos vivos.
Aquilo que éramos, continuamos a ser,
Aquilo que tínhamos, continuamos a ter,
Um passado conjunto, imperecível no presente.
Por isso, quando caminhares pelos bosques onde outrora caminhámos,
E procurares em vão a minha sombra na margem sombria, a teu lado,
Ou parares onde sempre parávamos no monte, para olhar à nossa volta,
E ao avistares qualquer coisa, tentares dar-me a mão, pela força do hábito,
E, ao não encontrá-la, te sentires dominada pelo desgosto,
Pára, fecha os olhos, respira fundo.
Escuta os meus passos no teu coração.
Eu não me fui embora; só estou a caminhar dentro de ti."




in, «The Smoke Jumper»

2 comentários:

Daniela Morgado disse...

consigo ver me em muitas destas palavras. há pessoas, gestos e sentimentos que simplesmente não nos abandonam.

mais uma vez é um prazer passar por aqui ^^

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Daniela Morgado disse...

naquele dia não. mas também gosto de fazê-lo sozinha. parece que alivia.