tenho dito

É uma espécie de relaxamento. Tenho o meu rabo bem assente na minha cadeira amarela e os pés, meios secos, de fora da janela. Leio alguma coisa, sempre. Do jardim, quem vir os meus pés, ainda pensa que são como um baloiço onde os pássaros se sentam e picam a minha pele. Como se quisessem arrancá-la. Se conseguirem, levem de mim todo o mal, aquele que teimo em guardar dentro de mim, e deixem-me desfrutar o ar que aqui respiro. Quando andas por estas zonas, sei também que o respiras. À minha frente, no campo em frente, pastam umas vacas, nada de bois, nada de poucas vergonhas. E há quem diga que este ar cheira a bosta, eu cá não acho. É do hábito, é o que respiro, sempre.
Chegou a hora de recolher os pés, shô pássaros, que já tenho os pés frios. Vou-me embora, é o costume, e o que faço, sempre.
Vou pensar no que ar que respiramos, é o hábito, o costume, o que faço, sempre.

1 comentário:

Cátia Margarida disse...

AR e ar. tu és muito o ar que respiram, deves ser o ar que muitos respirarão também.