isto

E foi quando estava caída sobre a mesa
Como quem morre a escrever
E caí sobre a mesa com o rosto espalmado

Senti aquele doce perfume que me parecia já conhecido
Era doce, mas entrava pelas minhas narinas bruscamente
Como quem entra à força

O facto de ser um perfume já conhecido assustava-me
E foi quando levantei a cabeça
Como quem ressuscita

E vi-te

Podia fugir, gritar ou insultar-te
Merecias meu cabrão
(meu não)

E foi então que me lembrei que um dia
Te pedi para pores esse perfume doce
Para o poder cheirar ao longe e não me assustar com a tua presença
Não te esqueceste
Treta ou não, não te esqueces

Sem nenhuma palavra dita ou ouvida
Meu amor, eu acordei
(quando menos queria, eu acordei)

3 comentários:

Cátia Margarida disse...

meu cabrão, meu não. teu sim, talvez seja apenas cabrão para ti e o que é que isso nos diz?

precisamos de psicólogos conceituados para estudar cada individuo ou então deveríamos vir com livros de instrução.

Daniela Morgado disse...

soa a despedida. a vazio.
boas palavras ^^

Daniela Morgado disse...

escrever é no fundo o refúgio do vazio de cada um de nós. é aquilo que muitas vezes nao dizemos ou até o que nos atormenta os pensamentos. um desabafo para nós mesmos.

[: