E foi quando estava caída sobre a mesa
Como quem morre a escrever
E caí sobre a mesa com o rosto espalmado
Senti aquele doce perfume que me parecia já conhecido
Era doce, mas entrava pelas minhas narinas bruscamente
Como quem entra à força
O facto de ser um perfume já conhecido assustava-me
E foi quando levantei a cabeça
Como quem ressuscita
E vi-te
Podia fugir, gritar ou insultar-te
Merecias meu cabrão
(meu não)
E foi então que me lembrei que um dia
Te pedi para pores esse perfume doce
Para o poder cheirar ao longe e não me assustar com a tua presença
Não te esqueceste
Treta ou não, não te esqueces
Sem nenhuma palavra dita ou ouvida
Meu amor, eu acordei
(quando menos queria, eu acordei)
3 comentários:
meu cabrão, meu não. teu sim, talvez seja apenas cabrão para ti e o que é que isso nos diz?
precisamos de psicólogos conceituados para estudar cada individuo ou então deveríamos vir com livros de instrução.
soa a despedida. a vazio.
boas palavras ^^
escrever é no fundo o refúgio do vazio de cada um de nós. é aquilo que muitas vezes nao dizemos ou até o que nos atormenta os pensamentos. um desabafo para nós mesmos.
[:
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